Lá se foi mais uma eleição...

       
          Ontem foi decidida a eleição para presidente do país. Foi a disputa mais acirrada da história da eleição aqui do Brasil, a disputa foi entre os candidatos Aécio Neves, do PSDB, e Dilma Rousseff, do PT. Houve muita manifestação política por parte dos eleitores durante esse tempo de espera para o segundo turno e ficou bem claro o quanto o fanatismo político acabou dividindo o país, no que influenciou, também, no resultado tão próximo nas porcentagens dos votos. As consequências foram bem distintas, quando um lado tem a vitória o outro sempre cede à insatisfação, porém, o que pareceu ocorrer nessas eleições foi que as pessoas se excederam demais ao receber a notícia do resultado final do primeiro turno. As trocas de farpas foram constantes entre usuários de rede sociais, houve até um site que chegou a querer impeachment da atual reeleita Dilma Rousseff. Será mesmo que era necessário todas essas formas de manifestações virtuais? Muitas pessoas tem suas próprias opiniões e motivos para escolherem, livremente, seus candidatos, mas, o que as ações do povo demonstraram foi que essas opiniões acabaram por serem desrespeitadas e chegaram em um ponto crítico, como ofensas e até xenofobia por parte de alguns civis. As pessoas parecem ter esquecido de que a mudança só vem do povo e não de alguém que se elege à presidência e é preciso que toda a nação esteja unida, pois, se os problemas do país começarem a afetar ainda mais a vida das famílias brasileiras, quem tem o poder de causar uma reviravolta nessa história é somente o povo.
          Praticamente metade da população queria mudança na gestão política do país. As votações terminaram com 51,64% (54.501.118 Mi de votos) para o PT e 48,36% (51.041.155 Mi de votos) para o PSDB. Nunca, antes, na história do Brasil as eleições para presidente chegaram em uma porcentagem tão próxima, com uma diferença de pouco mais de 3.500.000 Mi de votos. Claro que o número dos votos nulos foi grande, com 5.219.787 Mi (4,63%), os votos em brancos foram 1.921.819 Mi (1,71%) e o número de justificativas é considerado muito alto com 30.137.479 Mi de justificativas (21,10%). Essas porcentagens e resultados simplesmente mostram uma divisão no país, em que gerou muita discussão e ofensas em redes sociais e em alguns meios de comunicação. Eleitores do PSDB colocaram a culpa da reeleição da presidente Dilma no povo do norte/nordeste, alguns chegaram a ser xenofóbicos, com muitas ofensas contra o povo da parte de cima do país, chegaram até a sugerir a construção de um enorme muro dividindo o norte/nordeste do centro/sudeste/sul. Porém, assim como os eleitores do PSDB, os eleitores do PT também fizeram baderna, muita zombaria com o candidato Aécio Neves, muita ofensa e piadas com os demais gestores tucanos, como o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin e o descontrole da falta de água. Mas, ambos os xingamentos maiores eram os mesmos, ambos são todos burros, de acordo os eleitores dos dois partidos. Para os 'petralhas', como preferem ser chamados os petistas, os eleitores tucanos são burros. Para os eleitores tucanos, os petistas é que são os burros. Logo, o todo que votou são um bando de burros. Parece piada, mas, de fato, é o que ocorre no mundo virtual, Lamentavelmente é assim que acontece quando se une muitas pessoas em um único meio de rede social, o que gera muita briga e discussão desnecessária. Nas votações anteriores não existiam esses meios mais fáceis de exposição pessoal e, hoje, as pessoas procuram expor cada vez mais o que sente em seus perfis na internet. De fato, a política também tomou o mesmo rumo que os demais assuntos polêmicos, como futebol e religião, por exemplo. O povo parece estar cada vez mais fanático e tem a necessidade de demonstrar isso virtualmente. É algo novo no país e é esse tipo de avanço que a tecnologia traz ao povo brasileiro.
          Essas eleições tiraram a prova de que o Brasil está realmente rachado, não só o Brasil em si, mas as pessoas que nele habitam. Porém, antes, quando o país andava em péssimas mãos, o povo brasileiro, que não tinham acesso à internet e muito menos sabia o que era celular, se juntavam e saíam às ruas de mãos dadas para lutar pelos seus direitos. Muitas gente se sacrificou para que as mudanças fossem feitas e a maioria dessas manifestações resultaram em melhorias. Quando as coisas não davam certo, o povo, que era unido, corria atrás e dava a cara a tapa e mostrava do que o Brasil era realmente feito. As pessoas desse mundo tecnológico fazem uma enorme revolução na internet, mas não descolam o traseiro da cadeira para se quer lutar pelo direito que merece. Revolução tecnológica não adianta em um país sujo e cheio de falcatruas como o Brasil, as pessoas sabem que podem se levantar, sair, gritar e mudar, mas preferem formular frases bonitas e de efeito em suas redes sociais. Hoje, infelizmente, nos deparamos com uma juventude fraca de pulso firme, os jovens não têm nem se quer noção do que é cidadania, por exemplo. O pior é que acham que são os donos do mundo e da razão só porque ouvem o que os pais dizem, ou porque leram alguns boatos em algum meio de informação, mas, na verdade, não saberiam nem por onde começar caso houvesse algum mega escândalo político, ou alguma retomada militar no poder.
          O povo brasileiro se estagnou, uma boa parte do todo só fala e pouco faz, assim como os candidatos de todos os partidos, assim como todos aqueles que exercem os cargos mais importantes da nação. Essas eleições inteiras foram uns falando em mudança, os outros em manter e melhorar, Mas, o que melhorar? Essa pergunta pode ser repetida em qualquer lugar do país e a resposta é: melhorar a educação, a saúde, a economia etc. Mas, todos aqueles que se candidatam, contam meio quilo de lorotas e meio quilo de 'migué' e seus eleitores acham o máximo e os consideram heróis nacionais, que, somente eles, podem realmente transformar o Brasil em um país maravilhoso. Infelizmente o povo brasileiro está assim, e há muito o que se pensar sobre o que são os nossos reais direitos, ou do que somos realmente capaz de fazer, Se o certo é escolher um ideal por ele demonstrar suas capacidades e prometer o que já deveria ter se comprometido a fazer, de fato, simplesmente não é o necessário para o que todos parecem querer: a famosa mudança, já citada antes, Porém, nenhum político elegido vai procurar fazer essa desejada mudança logo de cara, porque quanto mais o povo for levado na rédia, mais se é possível mascarar os desvios e enganar a população. Todos, sem exceção, querem levar à nação a mensagem de que o país está crescendo, melhorando e mostram dados que comprovam uma leve melhora e, com isso, o povo vai achando que está tudo ocorrendo bem, quando, na verdade, é o dinheiro de todos que está indo para os bolsos dos famosos bandidos de terno. Não se pode levar em consideração candidato que se diz preparado, quando, na verdade, quem deveria estar realmente preparado era o povo. Fernando Collor de Mello também falava muito bem e conquistou a nação com seu desejo de mudar e o resto desse fato todo mundo já sabe, porém, sempre acabam se esquecendo. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pinto Pequeno

"O poeta e a fantasia". Resumo objetivo da obra de Sigmund Freud