Solidão no apartamento
Fortes suspiros e uma respiração acelerada, são os reflexos de imagens horríveis que invadem meus sonhos, transformando-os em pesadelos contínuos, me desesperando ao longo de meu sono profundo.
Trancado em um apartamento vazio, com apenas um mini altar, um rádio e um controle remoto de consolação, solitário me sinto cada vez mais. São sombras que rondam meus pensamentos, que dominam meu consciente e inconsciente, deixando-me cada vez mais aflito e amedrontado.
O que me resta é rezar. Toda vez que acordo desses pesadelos e me vejo nesse lugar vazio e fechado, me desespero. Busco em Deus uma luz, a esperança de que é possível me arrancar dessa solidão profunda que leva-me à loucura a todo momento. Esse tormento é acalmado pela leitura da bíblia, mas logo sei que vou me desesperar e enlouquecer mais uma vez.
Por precaução, tomo remédios que me aceleram e, depois do efeito surtido, me fazem dormir. Uma pílula é mais do que o suficiente para me derrubar, mas sei que o efeito é demorado e, então, tomo logo duas de uma só vez. Assim retiro-me da solidão e volto ao meu sono profundo, cheio de sonhos e pesadelos.
Ao esperar o efeito do remédio, ligo em meu rádio a música que eu mais gosto. O som de uma ópera me traz a calmaria necessária para relaxar e não pensar em mais nada. Continuo a rezar, canso e logo procuro a minha outra alternativa de distração, um velho controle remoto de televisão. O controle serve-me como suporte para as minhas imaginações, devaneios e tira-me aos poucos da solidão. É meu companheiro mais fiel de todos os dias que passo preso aqui neste inferno.
No pouco tempo que danço com meu companheiro, logo me vem à tona o efeito dos remédios. A adrenalina me sobe à cabeça, passa a controlar todo meu corpo. Sinto como se estivesse sendo possuído por algum tipo de espírito, mas isso é apenas alucinação causada pelo efeito do bendito remédio.
O descontrole do meu corpo, faz-me contorcer, dançar alopradamente, rezar, correr, cair, levantar, suspirar e viver como se estiveste prestes a morrer. Dentre esses reflexos agitados, logo vem o baque mais forte: o desespero profundo.
Desespero que faz-me ingerir ainda mais remédios, sinto meu coração quase explodir de tão acelerado. Minha alma parece querer gritar de dor, mas não grito fisicamente. É um temor que nenhuma pessoa gostaria de sentir, uma mistura de adrenalina com imagens mentais horríveis e insanas.
E então, rapidamente, o maior efeito do remédio, que é o sono, vem com tudo e derruba-me ao chão. Sempre caio no mesmo lugar; sempre tomo a mesma quantidade de remédio; sempre escuto a mesma música; sempre passo pelas mesmas circunstâncias todos os dias. É um ciclo que não se acaba, principalmente quando se vive nessa profunda solidão, trancado sozinho em um apartamento vazio. Sem nada, nem ninguém, apenas eu mesmo e o meu controle companheiro.
Autor: Caio Estrela.
Trancado em um apartamento vazio, com apenas um mini altar, um rádio e um controle remoto de consolação, solitário me sinto cada vez mais. São sombras que rondam meus pensamentos, que dominam meu consciente e inconsciente, deixando-me cada vez mais aflito e amedrontado.
O que me resta é rezar. Toda vez que acordo desses pesadelos e me vejo nesse lugar vazio e fechado, me desespero. Busco em Deus uma luz, a esperança de que é possível me arrancar dessa solidão profunda que leva-me à loucura a todo momento. Esse tormento é acalmado pela leitura da bíblia, mas logo sei que vou me desesperar e enlouquecer mais uma vez.
Por precaução, tomo remédios que me aceleram e, depois do efeito surtido, me fazem dormir. Uma pílula é mais do que o suficiente para me derrubar, mas sei que o efeito é demorado e, então, tomo logo duas de uma só vez. Assim retiro-me da solidão e volto ao meu sono profundo, cheio de sonhos e pesadelos.
Ao esperar o efeito do remédio, ligo em meu rádio a música que eu mais gosto. O som de uma ópera me traz a calmaria necessária para relaxar e não pensar em mais nada. Continuo a rezar, canso e logo procuro a minha outra alternativa de distração, um velho controle remoto de televisão. O controle serve-me como suporte para as minhas imaginações, devaneios e tira-me aos poucos da solidão. É meu companheiro mais fiel de todos os dias que passo preso aqui neste inferno.
No pouco tempo que danço com meu companheiro, logo me vem à tona o efeito dos remédios. A adrenalina me sobe à cabeça, passa a controlar todo meu corpo. Sinto como se estivesse sendo possuído por algum tipo de espírito, mas isso é apenas alucinação causada pelo efeito do bendito remédio.
O descontrole do meu corpo, faz-me contorcer, dançar alopradamente, rezar, correr, cair, levantar, suspirar e viver como se estiveste prestes a morrer. Dentre esses reflexos agitados, logo vem o baque mais forte: o desespero profundo.
Desespero que faz-me ingerir ainda mais remédios, sinto meu coração quase explodir de tão acelerado. Minha alma parece querer gritar de dor, mas não grito fisicamente. É um temor que nenhuma pessoa gostaria de sentir, uma mistura de adrenalina com imagens mentais horríveis e insanas.
E então, rapidamente, o maior efeito do remédio, que é o sono, vem com tudo e derruba-me ao chão. Sempre caio no mesmo lugar; sempre tomo a mesma quantidade de remédio; sempre escuto a mesma música; sempre passo pelas mesmas circunstâncias todos os dias. É um ciclo que não se acaba, principalmente quando se vive nessa profunda solidão, trancado sozinho em um apartamento vazio. Sem nada, nem ninguém, apenas eu mesmo e o meu controle companheiro.
Autor: Caio Estrela.
Parabéns Caio! Amei esse texto. Eu realmente pude ter uma noção do drama com a forma maravilhosa na qual você descreveu... tenho certeza de que você encenou muito melhor!!! MUITO SUCESSO PRA VOCÊ! ;D
ResponderExcluirJa pensou em escrever um livro? Aliás, escreva vários! HEHEHE
Futuramente penso em escrever livros... Obrigado por ter gostado e comentado, seus comentários sempre me deixam felizes!
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