Uma loucura lúcida!

É interessante ver que hoje em dia ainda há pessoas que pensam e agem de maneira perturbada. Doença, problemas pessoais, religião? Qual desses aspectos tornam um ser num "monstro"? Uma brincadeira de criança pode virar uma consequência mortal? Simplesmente não é fácil definir o que foi que aconteceu, ou pelo qual motivo aconteu. Quinta-feira passada presenciamos um ato desumano numa escola de Realengo, Rio de Janeiro, onde um ex-aluno entrou na escola e matou onze crianças; dez meninas e um menino; e, após levar um tiro de um policial no abdômem, se matou. A polícia encontrou uma carta que revelava o perdão, a religião e o profundo sentimento do assassino. Na casa do mesmo, várias cartas citando um possível grupo terrorista e amigos imaginários, fora outras revelações pessoais. O assassino havia planejado tudo, até mesmo a sua morte e após ela. O principal motivo desse homem ter se tornado um "assassino" foi de que ele sofria Bullying quando estudava na mesma escola aonde provocou o massacre. Os problemas ocorreram quando ele tinha entre treze/quatorze anos, mesma faixa etária das vítimas. Uma reportagem no fantástico mostrou "ex-companheiros" de escola do assassino, que falaram que ele sofria sim assédio pelas meninas e pelos meninos também. Por ser uma criança com comportamento diferente, meninas abusavam e debochavam dele. O bullying contribuiu para a formação psicológica do assassino a partir dessa época. De criança, ele passara a ser um homem revoltado, tímido e solitário, causando esquizofrenia. A doença fez com que ele se trancasse num mundo "imaginário", onde apenas a crença e a sede de vingança eram características desse homem, tornando-o em um "assassino" frio. Esse "monstro" usou a religião e fatos que já ocorreram para poder ter uma chance de mostrar o seu descontentamento em relação à sua própria pessoa. Saudar pessoas que fizeram o mesmo que ele, antigamente, é algo que mostra claramente a obsessão desse ser pelo que fizeram com ele quando criança. Para Wellington Menezes de Oliveira, o autor do crime, entrar na mesma escola que estudou para matar crianças era algo de muito valor, seria a mesma coisa de uma pessoa ganhar na loteria, era um objetivo, uma meta que, para ele, tinha que ser alcançada. Quantas pessoas que sofreram bullying não pensam da mesma forma que ele? Muitas, mas todas não tem a coragem, ou vontade, de tornar algo que aconteceu no passado em um assassinato em massa no presente. Wellington só o fez por já aparentar ser uma pessoa com doença e com instinto assassino. São mínimas as pessoas que pensam da mesma forma que Wellington pensava, mesmo que pessoas com doenças não são assassinas, ou terroristas. Faz o mal quem quer. Mesmo assim, o bullying é algo que devia ser controlado. É inaceitável uma criança desrespeitar a outra, ninguém é igual a ninguém. Os que se vestem diferente, falam diferente ou agem diferente são pessoas como todas as outras e não merecem algum tipo se quer de ofensa ou agressão. Crianças devem aprender que para julgar um ser, é necessário saber muito sobre tudo, e mesmo assim poderia julgar errado. Não é correto tolerar absurdos como esses, já basta o mundo ter vários problemas naturais e civís. Pode ser que após esse acontecimento, nenhuma criança queira mais "zoar" uma outra. Uma brincadeirinha de escola pode sim se tornar um problemão nacional. Parar com o bullying é quase impossível, mas educar melhor os filhos é algo muito possível de corrigir.

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